Ha muito tempo...... mas muito tempo atrás....
Fui convidada a participar do programa pelo próprio produtor para fazer um programa experimental, pois uma apresentadora havia se retirado da equipe e ele queria colocar uma nova apresentadora no lugar.
Fui, fiz a receita do meu PÃO DE CENTEIO e como não tinha noção do tempo, acabou sobrando tempo e falei a receita do PATÊ DE BERINGELA....
Sai do programa achando que talvez nem voltasse a me apresentar e para minha surpresa, na mesma semana recebi nova ligação do produtor me convidando a participar do programa como a apresentadora das sextas feiras.
Aceitei, feliz da vida e meu primeiro programa como a apresentadora oficial das sextas feiras foi super legal e teve a participação no final da antiga apresentadora Lucy , que me presenteou com um lindo buquê de flores.
Foi super alto astral, foi super, super legal.
Naquela época, gravávamos num caminhão de externa (que faz imagens externas, nas ruas) que ficava na garagem... era tudo ao vivo...uma verdadeira loucura de improvisação, a cozinha vocês podem imaginar super pequena e ainda tinha o barulho dos carros na garagem do prédio. Mas a gente sempre fez tudo de coração, com muito carinho mesmo.
Aos poucos crescemos mais e mais em audiência e a Gazeta nos deu finalmente espaço no Studio dentro do prédio.
No começo também foi ao vivo e um tempo depois começamos a fazer os programas gravados, mas como se fossem ao vivo, para não perder aquele charme que sempre teve.
Hoje separei alguns recortes e fotos para mostrar, porque fazem parte da história do programa. Afinal, foram 9 anos que eu fiquei no ar. Tem muuuiiiitttaaaa coisa.
Esse tirinha saiu no Jornal a Gazeta de Pinheiros em 27.11.1988.
Eu comecei oficialmente no começo de novembro. E na época em São Paulo, circulavam jornais que mais tarde foram unificados, separados por bairros, eu não tenho todos guardados.
Também não guardei da forma correta que é separar a página inteira, mas dá para ter uma idéia de como era na época.
Nesse jornais, a Gazeta de Pinheiros, a Gazeta de Santo Amaro, saiam também as receitas que apresentávamos durante a semana, éramos em 5 apresentadores no início, um a cada dia da semana, e as receitas sempre ficavam disponíveis nesses jornais.
Na época não havia internet, então também recebíamos muitas, muitas..... mas muitas cartas.
Essa matéria foi feita um pouco antes de eu entrar no programa, mas foi publicada quando eu já tinha começado. Por isto acabei guardando esse recorte. Infelizmente não tenho a data certa, só aproximada que foi novembro de 1988. O Jornal foi o Estado de São Paulo.
Vou digitar abaixo a matéria, por como está não dá para ler direito.
O apetitoso vício gastronômico de
nossas tardes.
Valter José
Especial para o Estado
Talvez seja um aborrecido lugar-comum
chamar um programa de arte culinária de apetitoso. Mas é o único
adjetivo que pode ser usado em relação ao Forno, fogão e Cia, da
Gazeta. O programa é produzido e dirigido por Geraldo Rodrigues,
também conhecido como o “François Truffaut” dos programas de
arte culinária, pelo carinho e sensibilidade com que trata as
mulheres que trabalham sob sua direção.
Forno Fogão e Cia possui uma equipe de
quatro apresentadoras, todas excelentes profissionais, que se revezam
diariamente. Uma delas é Cynthia Maggi, que se apresenta às terças
e quintas feiras. Sua especialidade são os pratos rápidos. Ela é
capaz de preparar delícias como o Super Kibe (Variações em torno
do quibe tradicional), ou o poético Cuzcuz enfeitado.
Cynthia alimenta também os olhos dos
telespectadores com seu charme. Aparece no vídeo usando franjinha e
rabo-de-cavalo e há dias em que ela veste blusa frente única, com
lacinho cobrindo seu um palmo de cintura. A elegante apresentadora
tem sorriso de criança e o físico semelhante ao da princesa
Caroline de Mônaco. Já Cleide Chiara é especialista em comida
natural e cozinha brasileira e se apresenta às segundas-feiras. Sua
postura no vídeo lembra o estilo das antigas garotas-propagandas.
Seu talento é preparar pratos alegres e paradoxais, como a
interessante Feijoada Branca. As quartas-feiras pertencem a Arminda
Simões e a sua cozinha internacional. Arminda é encarregada de
representar o papel de erudita em arte culinária, pois é capaz de
preparar pratos de todas as partes do mundo, como o sofisticado
Tender ao molho de laranja.
Lucy Stephan aparece às
sextas-feiras, para apresentar as suas dicas e sugestões deliciosas.
Ela é uma pessoa cheia de vida e bom humor. Faz suas receitas com o
prazer de quem exerce uma Gaya Ciência. Seu prato mais notável é a
Queijadinha Deliciosa.
Forno, Fogão e Cia é produzido de
maneira profissional e atenta. O cenário é assinado por Waldir
Gunther, que soube criar uma cozinha de colorido discreto e
equilibrado. A sonoplastia do programa é caprichada, a ponto de usar
como fundo musical discos de jazz, como os do violinista Earl Klug e
do saxofonista Sadao Watanabe.
Forno, Fogão e Cia sabe muito bem usar
o seu espaço publicitário, sem abusar dos anúnicos e do
merchandising. Tudo é feito de modo sutil e equilibrado.
O único defeito do programa é a falta
de um gerador de caracteres. Pois não é fácil, par quem não tem
medalha de ouro em psicomotricidade, anotar as receitas a tempo.
Mas isso não impede Forno, Fogão e
Cia de ser o vício gastronômico das nossas tardes.
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