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sexta-feira, 29 de maio de 2015

HISTÓRIAS DO PROGRAMA FORNO FOGÃO E CIA - ESCOLHAS DE RECEITAS

Hoje publiquei as receitas de Suspiro e Quindim e fiquei lembrando da quantidade de cartas que recebíamos no programa, que normalmente vinham através da emissora.
Outras vezes eram telefonemas. Como ministrávamos cursos de culinária, divulgávamos nosso telefone para agendar as aulas. Então muitas vezes, ao invés de escrever, as tele espectadoras nos ligavam para tirar dúvidas ou pedir uma determinada receita.
Claro que também para externarem sua opinião.
Era bem legal, porque elas se sentiam muito próximas de nós já que estávamos com elas todos os dias da semana...

Então as vezes alguém que está assistindo a um programa de culinária e vê uma determinada receita, nem faz ideia do porque resolvemos passar exatamente aquela.

Lembro que foram muitos os pedidos para uma receita de SUSPIRO E QUINDIM.

Como sou prática e penso sempre no consumo, fiz as duas, já que uma usa as claras e a outra as gemas.

Depois que a receita ia ao ar, os tele espectadores também nos davam um retorno dizendo se tinham gostado ou não.
Nos cursos também tínhamos esse feedback e lembro que foram muitas as pessoas que amaram as duas receitas. Aliás, para minha felicidade, normalmente as pessoas gostavam muito de tudo que eu apresentava e acho que esse foi um dos motivos de eu ter ficado nove anos no programa.

Outras vezes tínhamos patrocinadores, e então tínhamos que usar o produto dele.
Normalmente criávamos uma receita nossa com o produto do patrocinador.
Em alguns casos porém, o patrocinador já tinha receitas desenvolvidas para ele e preferia que fizéssemos a receita já aprovada.
Nosso programa era bem democrático e nunca tivemos problemas para elaborar as receitas dos patrocinadores. E quando queríamos fazer alguma alteração eles também costumavam aceitar.

Eu lembro que a única vez que recusei falar de um produto foi um Caldo de Cana em pó, nossa que coisa ruim. Mas quando o produtor falou que eu no final do programa falaria do produto e depois tomaria um copo no ar dando meu aval, eu não tinha experimentado o produto. Na hora que coloquei aquilo na boca, quase foi uma catástrofe, era impossível tomar e fazer uma cara boa ou falar algo bom a respeito.  Mesmo depois, quando o produtor disse para não tomar e apenas falar, eu não consegui. As pessoas acreditavam e confiavam em mim, como eu poderia falar daquele produto que eu nem conseguia colocar na boca?
Para sorte do produtor uma colega de programa não se opôs a falar do tal produto e todo mundo ficou feliz, quer dizer, eu acho ... o que eu sei é que o produto deixou se ser fabricado algum tempo depois.

Outra história que foi bem engraçada foi com a receita de uma massa folhada. Aliás, a massa é maravilhosa e está a venda até hoje, facilita a vida da gente e é um excelente produto.
Alguns patrocinadores eram extremamente cuidadosos com seus produtos e a maneira como o apresentaríamos.
Lembro que este, antes que eu fizesse a receita com o seu produto, fez questão que eu fosse conhecer a fábrica e a maneira como seu produto era preparado.
Claro que fiquei encantada com os cuidados na fabricação e armazenamento do produto.
Era uma empresa bem familiar e acredito que deve ser até hoje.
Todo mundo sabe que massa folhada, sai do forno bem estufada, e que, assim que começa a esfriar, a massa abaixa, é normal.

Outra coisa que sempre fazíamos, era levar um prato finalizado, porque o tempo de gravação era curto e dependendo da receita não daria para ver o prato finalizado. Então era bem normal já levar um preparado.

Voltando a Massa Folhada, combinamos a receita e o proprietário disse para eu não me preocupar em levar o produto pronto, ele levaria da fábrica.
Claro que eu muito precavida fiz o produto em casa também e lógico que levei o meu finalizado, vai que né?

Bom, gravei a receita que foi uma TROUXINHA DE MAÇÃ e o patrocinador realmente levou as trouxinhas prontas, lindas, e me avisou, olha, estas não são para comer, o recheio não é de maçã porque senão não ficariam tão bonitas. No corre, corre da gravação, não comentei o assunto com ninguém. O programa ficou lindo e o patrocinador satisfeito.

E agora que vem a parte engraçada.

Normalmente, quando terminávamos uma receita, todos os envolvidos no programa iam lá experimentar. As  vezes até descia gente de outros andares para aproveitarem também um pouquinho.
Se a gente bobeasse, as vezes tinha uma mãozinha boba pegando algum ingrediente mesmo antes de o programa terminar... com o tempo o pessoal se acostumou a deixar para o final, quando as luzes se apagavam, para dai sim experimentar ...
Mas, (sempre tem um mas...) um funcionário do estúdio, louco para comer a tortinha, sem perguntar se podia ou não pegar, foi logo se servindo de uma das tortinhas que o patrocinador levou e deu aquela bocada de "morto de fome".... eu nem tive tempo de avisar de tão rápido que ele foi....
Bom, a trouxinha de maçã do anunciante era na verdade, recheada com palha de aço, sabe aquela , para manter aquela aparência bem cheinha, e por isto ele tinha me avisado que aquela não era para ser comida...
Todos no estúdio cairam na gargalhada e este funcionário nunca mais pegou nada sem perguntar primeiro.

No final foi até legal.

Volto a afirmar aqui que sempre fui fã deste produto e gosto dele até hoje.

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